Cenas do próximo capítulo!


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25 de fevereiro de 2009

Recessionistas x Consumo Consciente

"Gostaria de dizer ainda que essa manobra da nata fashionista caminha em direção ao mesmo. Parece mais uma tapada de sol com a peneira. Tapada momentânea para corrigir o mínimo possível o resultado de décadas de especulação fashion e de incentivo de um comportamento consumista patológico.

Porém, essa baixada de guarda abre espaço para o que realmente interessa, para mudanças mais profundas. É o momento de perceber que a cultura das grifes é um mecanismo de exclusão, que espalha o preconceito social e cria neuroses (nos ricos que vivem para comprar) e traumas (em quem vive a sonhar com produtos que não pode ter) coletivos."


Sem meias palavras, essa é a opinião da Vivian Whiteman para o blog Última Moda, no UOL (vi no Oficina da Moda, neste post aqui)… e é um pouco da minha também.

Eu não me convenci ainda do termo "recessionista", acho artificial, uma coisa criada para trazer um glamour falso numa época em que as coisas estão ruins, mesmo sabendo que isso é passageiro. Nem Pollyana faria tão bem…

Porém, sou totalmente convencida de que dá sim para ter um look fashion-cool-trendy total sem precisar estar toda vestida com roupas "de marca", assim como a Paula falou essa semana (aqui). Quando você está na Europa, você pode notar como as mulheres se vestem bem, e como há possibilidade de se vestir muitíssimo bem, comprando roupas mais baratas. É uma coisa realmente incrível.

Acho até que isso me fez desencantar do livro da Becky Bloom. Quando comecei a ler e vi aquela pessoa consumista, envergonhada das roupas "normais", sedenta por um estilo enlatado de glamour e endividada até a alma, "xoxei" geral. Pode até ser que eu não tenha sido perseverante suficiente para continuar e talvez descobrir que a Becky muda (ou não), mas sabe de uma coisa, nem tive a vontade de tentar.

Agora, o que é que tem a ver Becky Bloom, recessionistas, e tudo o mais que eu falei aqui?

A Becky é um estereótipo de pessoas que existem por aí, crias de outras pessoas como a Anna Wintour, de quem a Vivian fala no post "Nem vem, Anna", de onde tirei aquelas primeiras frases desse post. A onda recessiosnista é tão passageira quanto a própria recessão, e tão logo ela termine, tudo volta ao estado "normal" de consumismo voraz (até porque a indústria e o comércio vão precisar disso).

Não vou tão longe a ponto de dizer que é um mecanismo de exclusão social. Esse consumo de marcas e moda não faz mais parte do meu universo. Só acredito que em vez de chamar recessionista essa "vibe" de procurar promoções, preços justos para produtos bons, deveríamos chamar consumo consciente e levar essa lição para muitos anos além da recessão.

Bjos!

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